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A “Juniorização” das estruturas

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Este é um fenômeno recente e consiste em substituir profissionais mais seniores, com mais experiência e salários maiores, por profissionais mais jovens, com menos experiência e salários menores.

Este fenômeno é impulsionado pela forte crise econômica atravessada no momento pelo Brasil, com acúmulo de onze milhões e meio de desempregados, segundo as estatísticas oficiais que, ao meu ver, mascaram os números para baixo.

Podemos analisar esse processo sob o ponto de vista das empresas, dos profissionais jovens e dos seniores.

Para as empresas, a redução de despesas é fundamental para sua sobrevivência. Essa redução pode ser feita reavaliando diversos processos produtivos, como custos de aquisição de matéria prima, logística e outros, antes de se pensar na substituição de funcionários seniores por outros mais jovens. Pensando nos profissionais mais jovens, obviamente há aumento de oportunidades tanto dentro da empresa por meio de promoções que propiciam ganho de experiência, como entrada no mercado profissional de jovens em início de carreira. Por outro lado, se levarmos em consideração que os países mais desenvolvidos e o Brasil caminham para aposentadorias mais tardias a partir dos 65 anos de idade, deveríamos começar a repensar esse modelo.

Hoje, muitos profissionais seniores estão desempregados ou subutilizados realizando pequenas tarefas como autônomos para sobreviverem. Num país onde há carência de conhecimento, grande experiência para crescer, esses profissionais muito bem preparados estão no limbo, o que é, no mínimo, uma incoerência. 

Neste momento de crise, onde todas as demandas são menores, tais como, menor consumo, que leva a menor produção, a alternativa de “juniorização” pode não ser impactante. 

Minha preocupação é se, e quando, a economia crescer, será que poderemos contar apenas com os profissionais mais juniores para dar conta do recado?

Pelo que vejo no mercado, minha percepção é que muitos profissionais seniores deverão retornar para contribuir na solução de situações complexas atuando de forma conjunta com aqueles juniores que já devem ter acumulado experiência e amadurecimento, tornando-se os profissionais seniores mais bem preparados para o futuro próximo.

Como diria São Thomás de Aquino: “ Virtus in Medio”, a virtude está no meio termo.

Por questões filosóficas acredito que diversidade, além de sexo, religião, opinião, corrente política se aplica à experiência. Precisamos de vigor, sensatez, impulsividade, talento e maturidade, assim o equilíbrio entre juniores e seniores é o melhor caldo que se pode obter em momentos de crise ou expansão.

 

Carlos Rogério

Diretor Executivo