Carlos Rogério
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Be here now! (Esteja aqui e agora)

2016-08-24-be-here-now

Há uns 20 anos, fiz um curso nos EUA na matriz da empresa em que trabalhava, chamado “Be here now”. A princípio, estranhei o título e não havia nada na programação que dava mais alguma pista sobre ele, já que era apenas uma parte de uma programação maior.

Conjecturei que deveria ser um curso para reforçar a importância de se estar de corpo e alma na atividade que nos dedicamos, seja qual atividade for. Isso porque tratava-se de um curso de liderança, e o principal objetivo deveria ser valorizar o momento em que cada um de nós estamos atendendo um funcionário, um cliente, um fornecedor e para que, nesses momentos, não desviássemos nosso foco em função de interrupções de secretárias, telefonemas ou e-mails. Santa Ingenuidade. Não era apenas isso. Era muito mais. O sentido principal era se ater à mais importante das atividades de um líder: dar atenção aos problemas de seus funcionários e aumentar a interação entre superior e subordinado.

Passados 20 anos, acho que a importância desse curso se mostra ainda mais atual e apropriado, devido ao aparecimento e à força das mídias sociais. O aparelho celular pode personificar o símbolo das mídias sociais e a falta de interação maior entre as pessoas. É só reparar nas ruas. As pessoas andam como zumbis, ligadas aos seus celulares. No trânsito pode-se observar o mesmo. Ao parar no farol as pessoas ficam atentas aos celulares e, com isso, não percebem o farol abrir, demorando muito mais tempo do que o necessário, e só “despertando” de sua letargia pela buzina dos incomodados. Em qualquer lugar que haja fila, uma instituição nacional, o fenômeno fica bem evidente pela obsessão aos aparelhos. A fila anda, mas a pessoa continua parada, vidrada no celular. Chega a ser engraçado.

O que escrevo não é para amaldiçoar as mídias, que são sinais de progresso e se fazem necessárias em alguns casos.

Falo de estar fazendo a coisa de corpo e alma.

Eu, particularmente, me incomodo quando estou falando com alguém e este não tira o olho do celular, facebook, whatsApp, messenger ou respondendo e-mail.

Talvez este não seja o pensamento dos mais jovens, que não acham falta de respeito não estar aqui e agora.

De novo, não sou contra as mídias, só acho que as relações pessoais poderiam ser mais exclusivas e intensas.

Gostaria que os empregados, os familiares e amigos estivessem mais aqui e agora.

Estranho estar usando a mídia social para reclamar “Be here now!”.

 

Carlos Rogério

Diretor Executivo